domingo, 28 de novembro de 2010

diário de giorgios

...o meu pai escrevia diário, às vezes leio sem no entanto, ter a preocupação de entender:

Atla não morreu. Uma das mulheres que se benzeu (por respeito à morte) sentiu no entanto, o sal na ferida. Observando com desdém, o ríctus na face do marido que, consternado de emoção, não lhe quis mostrar uma reacção!

fechou-se em copas.

e a mulher virou-se para a comadre : "algo me diz que esta história está mal contada. Tenho em mim que Atla está viva e bem viva que lhe sinto o cheiro o estar e a presença e; o meu homem na alcova há muito que me despreza e olha para ele agora ...o esforço que faz para não mostrar contentamento. O meu homem usa uma máscara no entanto, os olhos sorriem."

a comadre que distraída tinha os olhos no céu levou a mão ao peito e só disse:

- ai! que ele, a escondeu na terceira colina da aldeia e lá lhe fez casa.

e, um homem ali perto tossiu de impaciência ...

as duas mulheres resolveram ignorar por agora o desenrolar sentimental que ali à volta se passava e à roda de uma chávena de chá, na cozinha de uma delas, começaram a delinear o crime perfeito.

Atla morreria pois que, até já estava morta!