quando georgios morreu passei a assinar o meu nome com o nome de família : saridis.
julia é o meu primeiro nome. Mas, tudo o que tinha de ser assinado passei a assinar com o meu nome grego. Como moro no alentejo, o povo deu-lhe uma certa melodia e cada ano que passa está menos grego o meu apelido.
sou alta, muito alta e, é dificil passar despercebida nas ruas e então quando ouço as vozes à meia boca:
- a saridis ali vai.
penso que ao virar da esquina posso dar com o meu pai, sentado num café a contar da vida atribulada, de como veio parar a lisboa, de como se apaixonou pela minha mãe, de como veio para o alentejo, de como ficou viúvo, de como se apaixonou por um jovem árabe e ...
isso ele já não pode contar, de como desapareceu para sempre sem me deixar uma campa.
mas, andei muito tempo à procura dele ...encontrei-o na sua cidade ...ou melhor, encontrei traços dele na rua lepsius em alexandria ...por um curioso desvio do destino lá viveu longos meses. Eu, fiquei longas horas a meditar ...a sossegar o espírito até o encontrar e trouxe-o de volta.
estava no hotel e um dia o jovem árabe veio ter comigo ...era lindo de morrer com olhos de azeitonas de elvas e quase lhe caí no braços.
chamava-se adel.